FUMAÇA BAILARINA.
A fumaça bailarina que se estica
da minha xícara, evaporando-se
lentamente, se dissipando no ar
enquanto cismoso a observo morrer.
Ao lado, o queijo do reino
devidamente dilacerado
fazendo companhia as torradas
espalhadas na solidão da mesa.
A garrafa de café vermelha
que enche a xícara mortuária
de meu pálido café vespertino
de desespero ansiolítico.
Dizem que, o nada é para sempre
e o para sempre é um momento
de ilusão que nunca acaba
em nossas vidas de meninos cegos.
A xícara está vazia agora
é as migalhas de torradas
espalhadas as de queijo
na mesma mesa de minha solidão.
Não sou este homem adulto,
Talvez eu seja um menino iludido,
Sei que força dos dias me ensinaram
coisas que os anos nunca souberam.