FUMAÇA BAILARINA.

A fumaça bailarina que se estica

da minha xícara, evaporando-se

lentamente, se dissipando no ar

enquanto cismoso a observo morrer.

Ao lado, o queijo do reino

devidamente dilacerado

fazendo companhia as torradas

espalhadas na solidão da mesa.

A garrafa de café vermelha

que enche a xícara mortuária

de meu pálido café vespertino

de desespero ansiolítico.

Dizem que, o nada é para sempre

e o para sempre é um momento

de ilusão que nunca acaba

em nossas vidas de meninos cegos.

A xícara está vazia agora

é as migalhas de torradas

espalhadas as de queijo

na mesma mesa de minha solidão.

Não sou este homem adulto,

Talvez eu seja um menino iludido,

Sei que força dos dias me ensinaram

coisas que os anos nunca souberam.

Tiago Macedo Pena
Enviado por Tiago Macedo Pena em 23/01/2022
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