ATO FALHO
Ela por mim passou e sorriu,
Com desejos em seu olhar,
Mas fingiu que não me ouviu,
Quando tentei me aproximar. ================================
Ela por mim passou e sorriu,
Com desejos em seu olhar,
Mas fingiu que não me ouviu,
Quando tentei me aproximar. ================================
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N.A.: As "QUADRAS PERFILADAS" serão publicadas paulatinamente sem o compromisso de datas fixadas e seguirão o mesmo entendimento das "TROVAS DO DIA", meu projeto literário encerrado em 10/10/2020". Ou seja: com o mesmo "layout" nas homenagens biográficas de personalidades da literatura mundial e brasileira, além de autores de outros campos e lados artísticos. As quadras são pequenos poemas formados por uma estrofe de quatro versos rimados ou não, mas geralmente rimando o segundo com o quarto. Diferentemente das trovas que foram opcionalmente tituladas por mim, as quadras também serão apresentadas com títulos livres, mas permitidos pelas regras no presente caso. Esse novo trabalho começará sequencialmente com o número um em romanos, mas sem a necessidade do compromisso diário em suas postagens. As publicações serão de acordo com o meu momento de criação, sempre acompanhadas da biografia e do pensamento do personagem homenageado. Isso será exposto logo após estes esclarecimentos, como vemos a seguir:
QUADRA PERFILADA (LII) HOMENAGEADA:
FLORBELA ESPANCA (1894/1930)
FLORBELA ESPANCA (1894/1930)
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UM DE SEUS PENSAMENTOS:
"Quem disser que pode amar alguém durante a vida inteira é porque mente."
SEU PERFIL BIOGRÁFICO:
Florbela Espanca, batizada como Flor Bela Lobo, e que opta por se autonomear Florbela d'Alma da Conceição Espanca, foi uma poetisa portuguesa natural de Viçosa. .A sua vida, de apenas 36 anos, foi plena, embora tumultuosa, inquieta e cheia de sofrimentos íntimos, que a autora soube transformar em poesia da mais alta qualidade, carregada de erotização, feminilidade e panteísmo. Há uma biblioteca com o seu nome em Matosinhos, Portugal. Filha de Antónia da Conceição Lobo e do republicano João Maria Espanca (1866-1954), nasceu no dia 8 de dezembro de 1894 em Vila Viçosa, no Alentejo. O seu pai foi sobretudo um antiquário e um fotógrafo, tendo também ganho a vida com outras atividades, como a de projeção de filmes. De fato, foi um dos introdutores do "Vitascópio de Edison" em Portugal. O seu pai era casado com Mariana do Carmo Inglesa Toscano, que era estéril, sendo filho de José Maria Espanca (1830-1883) e Joana Fortunata Pires Espanca (1830-1917). Com a autorização da mulher, João Maria relacionou-se com a camponesa Antónia da Conceição Lobo, filha de pais incógnitos, criada de servir, mulher bela e vistosa. Assim nasceram Florbela e, três anos depois, Apeles, em 10 de março de 1897, ambos registados como filhos de Antónia e pai incógnito. João Maria Espanca criou-os na sua casa. Apesar de Mariana ter passado a ser madrinha de batismo dos dois, João Maria só reconheceu Florbela como a sua filha em cartório 18 anos após a morte desta. Entre 1899 e 1908, Florbela Espanca frequentou a escola primária em Vila Viçosa. Foi naquele tempo que passou a assinar os seus textos Flor d’Alma da Conceição. As suas primeiras composições poéticas datam dos anos 1903-1904: o poema "A Vida e a Morte", o soneto em redondilha maior em homenagem ao irmão Apeles e um poema escrito por ocasião do aniversário do pai "No dia d'anos", com a seguinte dedicatória: «Ofereço estes versos ao meu querido papá da minha alma» Em 1907, Espanca escreveu o seu primeiro conto: "Mamã!" No ano seguinte, faleceu a sua mãe, Antónia, com apenas 29 anos, vítima de nevrose. Espanca ingressou então no Liceu Nacional de Évora, onde permaneceu até 1912. Foi uma das primeiras mulheres em Portugal a frequentar um curso liceal. Durante os seus estudos no Liceu, Espanca requisitou diversos livros na Biblioteca Pública de Évora, aproveitando então para ler obras de Balzac, Dumas, Camilo Castelo Branco, Guerra Junqueiro, Garrett. Quando ocorreu a revolução de 5 de Outubro de 1910, Espanca está há dois dias com a família na capital, no Francfort Hotel Rossio, mas não se conhecem comentários seus à sua vivência deste dia. Florbela Espanca recebeu vários prémios tais como os de literatura: Prémio António Vaz Leitão; Prémio de Literatura Portuguesa; Nós Poéticos. Em 1913, casou-se em Évora com Alberto de Jesus Silva Moutinho, seu colega da escola. O casal morou primeiro em Redondo. Em 1915, instalou-se na casa dos Espanca em Évora, por causa das dificuldades financeiras. Em 1916, de volta a Redondo, a poetisa reuniu uma seleção da sua produção poética desde 1915, inaugurando assim o projeto Trocando Olhares. A coletânea de oitenta e cinco poemas e três contos serviu-lhe mais tarde como ponto de partida para futuras publicações. Na época, as primeiras tentativas de promover as suas poesias falharam. No mesmo ano, Espanca iniciou-se como jornalista em Modas & Bordados (suplemento de O Século de Lisboa), em Notícias de Évora e em A Voz Pública, também eborense. A poetisa regressou de novo a esta cidade em 1917. Completou o 11.º ano do Curso Complementar de Letras e matriculou-se na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. Foi uma das catorze mulheres entre trezentos e quarenta e sete alunos inscritos. Aí teve como colegas de curso os escritores e poetas Américo Durão e Mário Beirão. Um ano mais tarde, a escritora sofreu as consequências de um aborto involuntário, que lhe teria infetado os ovários e os pulmões. Repousou em Quelfes (Olhão), onde apresentou os primeiros sinais sérios de neurose. Em 1919, saiu a sua primeira obra, Livro de Mágoas, um livro de sonetos. A tiragem (duzentos exemplares esgotou-se rapidamente. Um ano mais tarde, sendo ainda casada, a escritora passou a viver com António José Marques Guimarães, alferes de Artilharia da Guarda Republicana. Em meados do 1920, interrompeu os estudos na Faculdade de Direito. Em 29 de Junho de 1921, pôde finalmente casar-se com António Guimarães. O casal passou a residir no Porto, mas, no ano seguinte, transferiu-se para Lisboa, onde Guimarães se tornou chefe de gabinete do Ministro do Exército. Neste ano, o seu pai divorcia-se de Mariana, casando no ano seguinte com Henriqueta de Almeida. Em 1922, a 1 de Agosto, a recém-fundada Seara Nova publicou o seu soneto Prince charmant…, dedicado a Raul Proença. Em Janeiro de 1923, veio a lume a sua segunda coletânea de sonetos, Livro de Sóror Saudade, edição paga pelo pai da poetisa. Para sobreviver, Espanca começou a dar aulas particulares de português. Em 1925, divorciou-se pela segunda vez. Esta situação abalou-a muito. O seu ex-marido, António Guimarães, abriu mais tarde uma agência, "Recortes", que colecionava notas e artigos sobre vários autores. O seu espólio pessoal reúne o mais abundante material que foi publicado sobre Espanca, desde 1945 até 1981. Ao todo são 133 recortes. Ainda em 1925, a poetisa casou com o médico Mário Pereira Lage, que conhecia desde 1921, e com quem vivia desde 1924. O casamento decorreu em Matosinhos, no Distrito do Porto, onde o casal passou a morar a partir de 1926. Em dezembro de 1925, falece também a "madrasta" e madrinha de Florbela, que lhe lega vários bens. Em 1927, a autora principiou a sua colaboração no jornal Dom Nuno de Vila Viçosa, dirigido por José Emídio Amaro. Naquele tempo, não encontrava editor para a coletânea Charneca em Flor. Preparava também um volume de contos, provavelmente O Dominó Preto, publicado postumamente apenas em 1982. Começou a traduzir romances para as editoras Civilização e Figueirinhas do Porto. No mesmo ano, em 6 de junho, Apeles Espanca, o irmão da escritora, de apenas 30 anos, faleceu num trágico acidente de avião, perto de Belém. A sua morte foi devastadora para Espanca. Em homenagem ao irmão, Espanca escreveu o conjunto de contos de As Máscaras do Destino, volume publicado postumamente em 1931. Entretanto, a sua doença mental agravou-se bastante. Em 1928, ela teria tentado o suicídio pela primeira vez. Em 1930, Espanca começou a escrever o seu Diário do Último Ano, publicado só em 1981. A 18 de Junho, principiou a correspondência com Guido Battelli, professor italiano, visitante na Universidade de Coimbra, responsável pela publicação da Charneca em Flor em 1931. Na altura, a poetisa colaborou também no Portugal feminino de Lisboa, na revista Civilização e no Primeiro de Janeiro, ambos do Porto. Espanca tentou o suicídio por duas vezes mais em outubro e novembro de 1930, na véspera da publicação da sua obra-prima, Charneca em Flor. Após o diagnóstico de um edema pulmonar, a poetisa perdeu definitivamente a vontade de viver. Não resistiu à terceira tentativa do suicídio. Faleceu em Matosinhos, no dia do seu 36.º aniversário, a 8 de dezembro de 1930. A causa da morte foi uma "overdose" de barbitúricos. A poetisa teria deixado uma carta confidencial com as suas últimas disposições, entre elas, o pedido de colocar no seu caixão os restos do avião pilotado por Apeles quando sofreu o acidente. O corpo dela jaz, desde 17 de maio de 1964, no cemitério de Vila Viçosa, a sua terra natal. Em 1949, a Câmara Municipal de Lisboa homenageou a poetisa, dando o seu nome a uma rua junto à Avenida da Igreja, em Alvalade.
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Abraços
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Interações (meus agradecimentos):
17/05/21 21:08 - Uma Mulher Um Poema
Eu vi no seu olhar
Um encanto atraente.
Como não te desejar
Nesse sentimento ardente?
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18/05/21 10:34 - Antônio Souza
Fui atraído pelo seu olhar
Mas era apenas charme dela
Achei até que ia me apaixonar
Mas não passou de uma balela.
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19/05/21 16:16 - Norma Aparecida Silveira Moraes
Um olhar tão sensual
De brilho apaixonado
O amor é tão especial
Deixo o coração animado
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25/05/21 20:09 - Joselita Alves Lins
Um sorriso enternecedor,
Ofertado com sinceridade,
Pode até abrandar a dor,
Convertendo em felicidade.
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