Tantas coisas
Tantas coisas já se foram silenciosas,
tão caladas como rompe a branda aurora,
doces beijos feitos pérolas preciosas
e sorrisos - só lembrar me resta agora!
Outras vezes murmurava o vento frio
as poesias que da alma ecoavam
e vagava o coração, cheio de estío
pela noite, em tristes ruas que o calavam
Hoje o vento emudece nas calçadas
e, lembrando, coração se parte amiúde
foi, também a esperança malograda
de tentar, em vão, ser tudo que não pude.
Tantas coisas se perderam num soprar
como a espuma vaga os mares sem destino
que a saudade, ouvindo o vento a sibilar
vem atormentar-me a mente em desatino
Assim chega rouca em fúria a tempestade
devastando sem piedade o coração
espalhando grandes ondas de ansiedade
e paisageando meu ser de desolação
E no pouco de céu claro que ainda via
indaguei a solidão a me fitar
vendo mais uma quimera que partia:
"Algum dia poderei vê-las voltar?"
(12/05/94 - Parauapebas/PA)
Tantas coisas já se foram silenciosas,
tão caladas como rompe a branda aurora,
doces beijos feitos pérolas preciosas
e sorrisos - só lembrar me resta agora!
Outras vezes murmurava o vento frio
as poesias que da alma ecoavam
e vagava o coração, cheio de estío
pela noite, em tristes ruas que o calavam
Hoje o vento emudece nas calçadas
e, lembrando, coração se parte amiúde
foi, também a esperança malograda
de tentar, em vão, ser tudo que não pude.
Tantas coisas se perderam num soprar
como a espuma vaga os mares sem destino
que a saudade, ouvindo o vento a sibilar
vem atormentar-me a mente em desatino
Assim chega rouca em fúria a tempestade
devastando sem piedade o coração
espalhando grandes ondas de ansiedade
e paisageando meu ser de desolação
E no pouco de céu claro que ainda via
indaguei a solidão a me fitar
vendo mais uma quimera que partia:
"Algum dia poderei vê-las voltar?"
(12/05/94 - Parauapebas/PA)