MEU BARCO OU MINHA NAUS
MEU BARCO
Meu barco trafega por águas turvas,
Em turbulência de varias cascatas,
Nas verdejantes florestas e matas,
No nevoeiro perco-me nas curvas,
No nevoeiro perco-me nas curvas,
Que me trazem de volta de onde parti,
Por entre as voltas da vida me perdi,
Pelas estradas tortuosas e escuras.
Pelas estradas tortuosas e escuras,
Guiado pelas luzes dos vaga-lumes,
Seguindo às vezes das abelhas os cardumes,
Pela floresta sigo longas aventuras.
Pela floresta sigo longas aventuras,
Entre planície e serras incólumes,
Ora nas baixas, ora nos cumes,
Sigo traçando as minhas desventuras.
Sigo traçando as minhas desventuras,
Até um dia meu barco encalhar,
E eu sucumbir e vir a morar,
Como um zumbi nas cavernas ou sepulturas.
João Pessoa-Pb, 29/06/2020
Francisco Solange Fonseca