Relógio da matriz
Tua nudez é uma noite enluarada,
as curvas são versos e poesias,
sais que adocicam esta vida cansada,
lindo olhar, que me preenche e alumia...
As estrelas, na ciranda do vai e vem,
resvalam nessa água da verdade,
mistérios que decifrar não convém,
dores que doem sem pressa na carne...
Não posso dessalgar-me dessa jornada,
pois nada culpa nem absolve o abutre
que cerca a carne putrefata, dilacerada,
numa gana que só ele consome bruto...
Meu cisma é sem fantasia, a esmo,
onde o fosso e a treva não aceitos
revelam outra identidade: a mesma,
também vísceras humanas, rejeitos...
Tua nudez é uma noite enluarada,
as curvas são versos e poesias,
sais que adocicam esta vida cansada,
lindo olhar, que me preenche e alumia...
As estrelas, na ciranda do vai e vem,
resvalam nessa água da verdade,
mistérios que decifrar não convém,
dores que doem sem pressa na carne...
Não posso dessalgar-me dessa jornada,
pois nada culpa nem absolve o abutre
que cerca a carne putrefata, dilacerada,
numa gana que só ele consome bruto...
Meu cisma é sem fantasia, a esmo,
onde o fosso e a treva não aceitos
revelam outra identidade: a mesma,
também vísceras humanas, rejeitos...