L i s b o a

Lisboa minha Lisboa, cidade,

Da minha vida, amor e paixão,

És grande na tua bela realidade.,

Onde está o meu belo coração.

Lisboa onde mesmo um rio de luz,

adormece nas mãos da madrugada,

E a vida é mesmo uma grande cruz,

Numa cidade mesmo tão complicada.

Lisboa como num véu de tristeza,

Com as artérias por todo o lado,

Tu, Lisboa, és uma grande beleza,

Mas é preciso ter muiti cuidado.

Lisboa do mar solto e int'ligente,

Co'os barcos dormindo profundamente,

Lisboa acordada num lindo lençol,

Onde há barracas de papel no farol.

Lisboa com os olhos da vida,

Nos barcos dum rio esquecido,

Nos ombros da noite perdida,

Nos dedos do mar escondida.

Lisboa na cama estendida,

No piano da madrugada...

No anel de rubi estendida.

Numa cortina encontrada.d

Lisboa duma Princesa encantada,

Onde os homens estátuas são vistos,

Numa cambraia fina mui desejada,

Viver em Lisboa são mesmo riscos.

Lisboa que até dança bem no mar,

da Liberdade onde a vida é p'rigosa,

No chão do Povo que sabe mesmo lutar,

Lisboa cidade mesmo tão milagrosa.

FERNANDO R.MARTINS

LUÍS COSTA

15/04/98