Este cais antigo, ou aquele tango

De alcinhas, preto, vestida para dançar,
sendo vadia por um instante, dançando,
voltou ao passado para viver e relembrar,
sozinha, no seu olhar verde e penetrante...

O passo medido, agressivo, contagiante
exibia o erotismo da deusa que fizeste de ti...
Sozinha, o olhar distante, excitante
a fazia mais linda ainda: um colibri.

Passos firmes, pausas críticas,
relevantes cortes na dança e no vestido
(exibindo coxas e costas belas)
nos belos acordes do bandoleon...

Bonita, seguindo no ritmo do tango ,
de modo elegante e melancólico,
seguia no passo compassado dançando...
Levando as mãos à cabeça: a música pára!

Ela se oferece, no sorriso, como prenda!
A imagem dela está nele...o momento pára!
E num salto alcança o colo dele em oferenda.
Os olhares se fundem nessa fantasia rara...