Ofertório

Escrevo mais uma vez,
nesta minha agonia,
palavras que levem à poesia
sem interessar os porquês...

Não espero estocá-las
nem usá-las em laudas vazias;
nem me lamentar de perde-las,
mesmo que sejam estrelas...

Vem, você, como em outros dias...
Vem e vamos dançar;
quero e preciso dessa dança
mais do que possas pensar...

Sabemos pouco da vida;
pouco mais que a formiga,
sendo ela bem organizada
e muito útil e querida...

Somos filhos das estrelas
e da Terra passageiros;
não me demoro nessa estrada,
mas não quero ir primeiro!

Estou aqui, pois, de passagem;
minha bagagem é só amor...
Nesta minha curta viagem
não estou aqui de favor...