ESCRITA LITERÁRIA
Quando acordo de madrugada,
Oiço soluçar o relógio de parede.
As oito horas da manhã, eu com sede
Levanto-me e faço uma caminhada.
O dia estava doce e calmo parece,
E até contudoi estava eu sorrindo,
Mas é sem conta qu'alguém s'esquece,
Dentro dos dedos me vou espargindo.
E a densa noite, vive na solidão,
Mas a noite dorme um sono profundo,
E as ervas griutam numa conexação,
Como flores sorrindo e sentindo o Mundo.
E os carros beijam-se em pleno dia,
Porque estão embriagados pelo vinho,
Lá se vai a vida, lá se vai a alegria,
E foi um Carro meu visinho.
As uvas choram de tortauradas,
E nas estradas se ouve gritar as folhas
Mas o rouxinol passou. E descaradas
almas pensou nas desfolham.
Então alguém disse por sorte,
----- Olha quem vai ali...
E num devagar passa a morte,
Mas a vida não me sorri.
LUÍS COSTA
1984