ESCRITA LITERÁRIA

Quando acordo de madrugada,

Oiço soluçar o relógio de parede.

As oito horas da manhã, eu com sede

Levanto-me e faço uma caminhada.

O dia estava doce e calmo parece,

E até contudoi estava eu sorrindo,

Mas é sem conta qu'alguém s'esquece,

Dentro dos dedos me vou espargindo.

E a densa noite, vive na solidão,

Mas a noite dorme um sono profundo,

E as ervas griutam numa conexação,

Como flores sorrindo e sentindo o Mundo.

E os carros beijam-se em pleno dia,

Porque estão embriagados pelo vinho,

Lá se vai a vida, lá se vai a alegria,

E foi um Carro meu visinho.

As uvas choram de tortauradas,

E nas estradas se ouve gritar as folhas

Mas o rouxinol passou. E descaradas

almas pensou nas desfolham.

Então alguém disse por sorte,

----- Olha quem vai ali...

E num devagar passa a morte,

Mas a vida não me sorri.

LUÍS COSTA

1984

TÓLU
Enviado por TÓLU em 29/11/2019
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