QUADRAS AO MEU JEITO E GOSTO

DEDICADO AO MEU IRMÃO MANUEL

Deves ter muita inveja de mim,

Por eu ser mesmo um teu irmão,

Mas se eu nasci mesmo assim...

Pensas que não tenho razão.

És muito cruel e também ruim,

Não deves ter um bom coração,

Aliás a vida tem um mau fim,

Pensa na minha triste situação.

Amo a arte de bem escrever,

Escrevo mesmo á moda antiga,

Não devia mesmo de viver,

Nesta vida como mesmo se diga.

És o pior critico és mesmo tu,

Dos meus versos mesmo a sério,

No entanto,me vejo muito triste,

Com o meu grande critério.

Nada na vida me dá certo,

Tudo me anda a correr mal,

No entanto, estou a descoberto,

Que tenho uma vida de anormal.

Gostava qu'a vida, não fosse,

Assim, porque lutei imenso,

Claro que a vida, não é um doce,

No entanto é isso qu'eu penso.

Mas vou ter uma recompensa,

Pode inda não ser mesmo agora,

Mas a vida não é como se pensa,

A vida é mesmo como outrora.

Ando muito triiste co'a vida,

Logo na minha terceitra idade,

A vida é negra, em seguida,

Vivendo esta dura realidade.

Ás vezes me apetece chorar,

Não tenho nenhum consolo,

Mas a vida não pode parar,

Porque ao Mundo desenrolo.

Sinto cada vez mais triste,

Com o que m'está acontecer,

Às vezes nesta vida se desiste,

Porque há gente que quer morrer.

Não estou nada mesmo satisfeito,

Nem feliz com a minha triste vida,

A minha vida não tem mesmo jeito,

Sem um amor duma Qu'rida.

Fiz tudo para que desse certo,

Afinal, está a correr ao contrário,

No entanto, este Mundo é esperto,

Cada vez sou mais revolucionário.

Meu irmão não deve ser assim,

Pra comigo, deves ser humano,

A ti a vida, não é mesmo ruim,

Como pra mim, foi um engano.

Lutei com muita dificuldade,

Pra conseguir ser alguém...

Mas a vida mesmo de verdade,

Deu-me um pontapé também.

Se perder a minha namrada,

Pra toda a vida mesmo a sério,

Já não tenho mesmo outra morada,

Vivo aqui muito triiste neste Império.

Os Poetas de verdade assim,

Vêem a Mulher á sua imagen,

Mas inf'lizmente mesmo enfim,

As Mulheres tèm outra roupagem.

Se a vida não é como desejo,

Tenho mesmo que me conformar,

Ás vezes vivo como sobejo,

Neste Mundo só ando a sonhar.

Sonho com um Mundo ideal,

Mas só fica nos meus sonhos,

Porque o Mundo está muito mal,

Cheio de mazelas e de abronhos.

Me apaixonei na verdade errado,

Porque quem não me devia apaixonar,

Mas desta vida já estou cansado,

Porque desta vida só tenho azar.

Não pensei muito bem na vida,

Deixei.me levar plo meu coração,

Olha que é uma grande partida,

Viver eu nesta triste situação.

Já devia ter mesmo muito juizo,

Pensar no que é mehor pra mim,

A vida não é nenhum paraiso,

A vida é um inferno e ruim.

Devia encontrar uma Mulher,

Qu'estivesse disponivel pra mim,

Saber escolher, não uma qualquer,

Para nâo me desiludir, enfim.

Inf'lizmente ainda estou vivo,

Com uma Pensão infelizmente,

Com sessenta e sete anos actvo,

A viver nesta casa condicionalmente.

Ainda me vai aparecer alguém,

Que me queira mesmo de verdade,

Porque sou muito humano também,

Mas sou muito humano sem vaidade.

Tive muito azar na minha vida,

Mas nâo vou culpar ninguém,

Penso qu'isto vai ter mui saída,

Que vou encontrar algum bem.

Tenho azar com esta idade,

De ter encontrado outro Amor,

Pra nim foi uma grande maldade,

Que me veio trazer muita dor.

Se queres ficar mesmo em Angola,

Dás-me esse grande desgosto...

Já ninguém mesmo me consola,

Porém está estampado no rosto.

Devia pensar mesmo muito a sério,

Antes de saber mesmo te procurar,

Pensar mesmo muito neste mistério,

Pra não mesmo a sério chorar.

Se ela não fala mesmo em voltar,

O que vai ser mesmo de mim?

Isto dá-me para mesmo me revoltar,

A porcaria de vida é mesmo assim.

O Carlitos me vai mesmo ouvir a sério,

O que fez com este seu bom irmão,

Devia ter mals cuidado comigo então,

Porque não sou um apenas galdério.

Lá por ter tido esta maldita Pensão,

Me considero mesmo um senhor,

Não sou um menino claro que não,

Sou uma pessoa mesmo de valor.

A Teresa infelizmente me deixa,

Nesta triste e má e ruin situação,

Portanto, a quem mesmo queixa,

Vivendo amargurado com razão.

Perdi o meu belo e qu'rido tempo,

Em namorar mesmo com ela...

Mas eu vivo triste este momento,

Que a vida não é mesmo bela.

Se isto me acontecer a sério,

Não quero mesmo mais viver,

Portanto, cá no meu critério,

Nasci mesmo para eu sofrer.

Já não durmo como eu dormia,

Vivo cada dia esta minha tristeza.

Já perdi a minha grande alegria,

De viver nesta Terra Portuguesa.

Não mereço este grande desgosto,

Nem merecia viver mesmo assim,

Quem me dera viver dos meus gostos,

Que a vida não seria mesmo tão ruim.

Estou mesmo muito arrependido,

De ter trocado a minha bela Cila,.

Viver assim não faz mesmo sentido,

E a vida não é nenhuma maravilha.

Mas como nesta vida sou inf'liz.,

Acredito mesmo numa recompensa,

Que noutro Mundo muito bem se diz,

Que vou ser mui f'liz pra quem pensa.

Estou muito a sério descontente,

Co'a minha vida neste ruim Mundo,

Se nasci, também sou mesmo gente,

Mas o Universo é mesmo profundo.

O que eu terei que eu fazer?

É apenas lutar até ao fim,

E saber mesmo compreender,

Que alguém vai gostar de mim.

Se a minha namorada afinal,

Não pode vir mesmo a Portugal,

Tenho que ter muita paciência,

E muita calma . com mui ciência.

A Teresa não falou em voltar,

Como tudo estou bem perdido,

A minh'alma se está a revoltar,

Assim não faz mais sentdo.

ANTÓNIO LUÍS CAMPOS COSTA

DOMINGO, 07/03/2019

TÓLU
Enviado por TÓLU em 07/04/2019
Reeditado em 07/04/2020
Código do texto: T6617406
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