MÃE
Mãe – alma querida e santa
– astro de divino brilho,
cuja luz a treva espanta
dos dissabores do filho.
Mãe – criatura tão cara,
do filho o mais santo altar...
– Quem perde essa gema rara
nunca mais há de encontrar!
Mesmo as aves, essa eterna
verdade mostram nos ninhos:
que se fez a alma materna
de amor, ternura e carinhos.
Quando a sorte me arremessa
às mágoas, elas têm fim,
pois minha mãe nunca cessa
de pedir a Deus por mim.
Uma vez vi-a rezando
aos pés da Virgem Maria.
Era uma santa escutando
o que outra santa dizia...
Se uma coisa me tortura
e o pranto aos olhos me vem,
minha mãe – santa criatura
chora comigo também!
E então nos seus olhos leio
meu pranto o que há lhe causado:
– Só mágoas ao santo seio
que a dor tem santificado!
Por vossa infinda bondade,
Deus que eu creio e reconheço,
dai, pois, a mais longa idade
ao ser que eu tanto estremeço!