MÃE

Mãe – alma querida e santa

– astro de divino brilho,

cuja luz a treva espanta

dos dissabores do filho.

Mãe – criatura tão cara,

do filho o mais santo altar...

– Quem perde essa gema rara

nunca mais há de encontrar!

Mesmo as aves, essa eterna

verdade mostram nos ninhos:

que se fez a alma materna

de amor, ternura e carinhos.

Quando a sorte me arremessa

às mágoas, elas têm fim,

pois minha mãe nunca cessa

de pedir a Deus por mim.

Uma vez vi-a rezando

aos pés da Virgem Maria.

Era uma santa escutando

o que outra santa dizia...

Se uma coisa me tortura

e o pranto aos olhos me vem,

minha mãe – santa criatura

chora comigo também!

E então nos seus olhos leio

meu pranto o que há lhe causado:

– Só mágoas ao santo seio

que a dor tem santificado!

Por vossa infinda bondade,

Deus que eu creio e reconheço,

dai, pois, a mais longa idade

ao ser que eu tanto estremeço!

Barreto Coutinho
Enviado por CaminhandoeCantando em 13/05/2018
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