Paixão em suas finas camadas.
Loucura que a vida apresenta,
Duma paixão que não aparenta.
Mas quando chega nem se atenta,
Toma conta de tudo e se assenta.
Tornando tudo numa humorosa tormenta.
A cristalina razão se faz turva barrenta.
Os sentidos pendem o sentido, se desorienta.
O peito que era um revela-se em enta.
Em camadas finas que o ser experimenta.
De sabores novos que a vida apimenta,
Segue na busca do olhar que não se aventa.
Ah paixão! Que não há prior que a amenta.
Quando chega não arrazoa e nem se parlamenta.
Quando longe do ser apaixonado a hora é lenta.
Outros corpos aparenta ser só uma ossamenta.
Mas no encontro dos olhares tudo se contenta.
(Molivars).