Sobre a mesa
Porventura, não sabeis amar direito?
Sobe os teus grandes muros, olha bem...
Te exijo apenas no teu peito passagem...
Regala-te do que tens nos teus celeiros!
De tanto ver-te sem demora partir,
sinto que não sabes mais como aqui ficar.
Suas próprias pegadas te vejo rápido apagar;
Não entendes que o amar muito pode suprir?
Teus olhares endereçados e fitados estão;
Como redemoinho, mas chegará de mansinho.
Teus pés decorarão tão ligeiro o caminho...
Não subestime teu intrépido e altivo coração!
Não infades o amor com tuas bobas incertezas.
Te tem por caça? Volte, encontre-lhe sem falhar!
Queres dele se fartar? Pois bem, digo que está
à tua espera, com toalhas bordadas sobre a mesa.
Jack Sousa