Bem-aventurado

Bem-aventurado seria eu por nunca havido amado

Tal amor que nem em horas de gozo ter a mim jurado

A eterna continuidade de sua presença na aurora

Nem a música de sua voz a cantar-me a cada hora

Quisera eu jamais ter saído de tenra solidão que vivia

Para entregue em uma austera incurável ilusão em avaria

Sonhar para toda a vida ao teu lado em devoção seguir

Rumo ao lugar em que nossas distâncias iriam extinguir

Infeliz miserável me tornei por acreditado na paixão

Que outrora em demasia foi por mim toda veneração

E que de mim fez viver por um veraz sentimento

Convertendo minha sanidade por negar a ti esquecimento

Por tal dor de decepção cerrei em meu peito o castigo

De não mais para o amor ofertar-me em abrigo

E assim viver em profundo abandono de uma vida amargurada

Prisioneiro de uma aflição que nem em séculos será findada