SESSENTA CARNAIS

cheguei aos sessenta amando com serenidade,

e o meu bem-estar é fruto do belo viço da flor;

vou colhendo o que plantei com maturidade,

e o bem maior que preservo é o bem do amor.

minha alma poetiza porque tem sensibilidade,

capaz de encantar-se com o arco-íris multicor;

a minha poesia apenas revela a simplicidade

do meu existir pela plena luz do meu interior.

cheguei aos sessenta sem os vícios mundanos;

a alma leve qual pássaro que voa no alvorecer;

embora não sinta a dor dos meus desenganos,

consolo quem não sente alívio em seu padecer.

decerto ainda não mereço moradas angelicais,

mas o canto dos anjos motiva o meu poetizar;

que, não se atendo aos meus sessenta carnais,

se expande por muitos anais, até se eternizar.

Escritor Adilson Fontoura

e-mail: aafontoura@hotmail.com.br

Adilson Fontoura
Enviado por Adilson Fontoura em 12/01/2017
Código do texto: T5879771
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