SAUDADE EM GRÃOS...
No manto da noite ela me inspira,
Nesse escuro de pura solidão,
Quando seu perfume o ar me retira,
No peito arde o rio do coração.
Oh! Correnteza tinta que destila,
Já invadido todo meu triste porão,
A força que torna minh'alma adstrita,
Dominada no fel deste arrastão.
As marcas pelo caminho são explícitas,
Vestes rasgadas, sentimentos vãos,
Disfarçados na luz desta lua insípida,
Que amargam com o sabor desilusão.
Formando as partes que são restritas,
Pouco que resta, conseqüente aluvião,
Qual contrasta com o leito, veia escrita,
O correr tinto da saudade em grãos.