Pá de cal!
Decidi, mesmo contra o meu coração,
Esquecer de ti por bem mais que dias,
Por não lidar bem com tuas covardias
Que apresentastes para nossa relação.
Infelizmente, cansei das tuas desídias,
E é normal que eu tivesse esta reação,
Pois me forçastes a partir para a ação
Quando soube de todas tuas perfídias.
O meu olhar inocente tu o quebrastes
Ao jogar por terra a minha confiança,
Que de forma cega, igual a de criança,
Eu a tinha em ti e agora tu a matastes.
Como fui que eu dei para ti as armas
Que tu usastes com arte para me ferir?
Deixando-me sem a vontade de sorrir,
Perdido e preenchido de ideias ermas!
Bem devagar me recomponho e ando
De cabeça erguida, sem algum medo
Que uma recaída faça-me um bêbedo
A ponto de eu perder o meu comando.
As cicatrizes que me deixou essa lida,
Carregarei sim mas com certa tristeza,
Pois com elas perdi toda minha leveza
Da inocência que tinha na minha vida.
Assim vou me indo de vez por esta via,
Para ver se esqueço a ingratidão ganha
De tua pessoa, mas não quero barganha
Para não te dever o que eu nunca devia.
Enfim, após chegar a plena consciência,
De que estou livre mesmo que sofrendo,
Vou vagar por esta vida mas me remendo
Porque preciso manter a minha coerência.