QUADRAS DE AMOR E VIDA

“Pra Maria José”

Eu canto trovas de amor

Numa balada renascida

São meus versos de penhor

As quadras de amor e vida.

Sempre vivi empenhado,

Amigo do meu amigo,

Com um abraço semeado

Num corpo de grãos de trigo.

Fui criança, jovem, sénior

Numa história singular

Fui peregrino, trovador,

Faltou-me apenas voar.

Corri terras, corri países,

Bebi água em várias fontes

Corri riscos e deslizes

Por dispersos horizontes.

Descobri porto d´ abrigo

Criei uma prole serena

Pela estrada fui contigo

Caminhando cena a cena.

Nossos rebentos medraram,

Em consumição e suor,

Demos-lhes asas e voaram

Com mais ao menos fulgor.

O livro da nossa história

Ainda tem páginas brancas

Esperando pelas memórias

Escritas em linhas francas.

Não sei se prosa, se versos,

Não sei se drama ou comédia,

Só sei que são controversos

Entre a ficção e a tragédia.

Meu canto, minha balada,

Será bem de acreditar,

Começa nesta madrugada

E quero contigo cantar.

Já vem de longe este canto

Fiz de ti minha mulher

Colhemos Abril de espanto,

Mal-me-quer, bem-me-quer.

Não foi maré, não foi dança,

O projecto que traçamos

Foi um rio de esperança

Numa bandeira que içámos.

Desfraldada aos quatro ventos

De mãos dadas sempre à proa

Entre lágrimas e tormentos

Em tarefa que não destoa.

Temos muito que singrar,

Talvez, quem sabe, sofrer,

Temos um chão pra semear

E até frutos para colher.

Não é quimera, mas emoção

De quem caminha pra velho,

Mede-se pelo coração

Revelando-se ao espelho.

Espelho nosso camarada,

Grande amigo e confidente,

É mensagem consagrada

História dantes no presente.

Frassino Machado

In ODISSEIA DA ALMA

FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 28/01/2016
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