Desconexo
Ó minha poesia sem ESMERO
Quanto mais eu te ESPERO
Mais eu me pressinto SINCERO
Diante do nada que não IMPERO
Soas cadente como um BOLERO
Noutro toque que não TOLERO
Ao tudo em nada eu me INTERO
Além de ti eu nada QUERO
É vã a lembrança de NERO
Diante do fogo que eu VENERO
Hálito quente que DESTEMPERO
Soprando meu ar mais AUSTERO
Grito silente diante do CLERO
Protestando tal como LUTERO
Como poeta eu não PROSPERO
Meu verso é rígido, rústico e SEVERO.
Árido deserto sem marco ZERO
Suplantando-me eu me SUPERO
Se há mais de uma eu não NUMERO
Não havendo duas eu DESESPERO.