Desconexo

Ó minha poesia sem ESMERO

Quanto mais eu te ESPERO

Mais eu me pressinto SINCERO

Diante do nada que não IMPERO

Soas cadente como um BOLERO

Noutro toque que não TOLERO

Ao tudo em nada eu me INTERO

Além de ti eu nada QUERO

É vã a lembrança de NERO

Diante do fogo que eu VENERO

Hálito quente que DESTEMPERO

Soprando meu ar mais AUSTERO

Grito silente diante do CLERO

Protestando tal como LUTERO

Como poeta eu não PROSPERO

Meu verso é rígido, rústico e SEVERO.

Árido deserto sem marco ZERO

Suplantando-me eu me SUPERO

Se há mais de uma eu não NUMERO

Não havendo duas eu DESESPERO.

Ademar Siqueira
Enviado por Ademar Siqueira em 21/01/2016
Código do texto: T5518837
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