Multiétnico   
 
Sou um branco de alma preta
Ao leite de mãe senhora
Eu me aninho nas facetas
Das heranças lá de Angola
 
Gestos largos e alegria
Claros matizes à luz
Sou batente e fantasia
A alegoria é minha cruz
 
Sou fiel ao meu estigma
Do qual me origino autêntico
Determino a minha sina
Sempre aberto aos argumentos
 
Meus direitos são humanos
Meus deveres, a consciência
No status alguns enganos
De antropológicas crenças
 
Eu sou a minha nação
Tal como a identifico
Mestiço de coração
Branco pobre em preto rico
 
Euro africano-ameríndio
Pastel de Belém dendê
Feijoada e tapioca
Angu, farofa e purê