No amor, um versejador.
Se caio em meio a este sentir,
Levanto-me num novo sorrir,
Se entristece-me o desprezo,
Faço da alegria o meu avezo,
Quando fingis não me ver,
Apego-me no ser, ignoro o ter.
Se de mim em enfado te desvias,
Eu no vigor do amor faço poesias.
Assim sou eu, que no amor
Tornei-me um ledo versejador,
Que faz verter versos do coração,
Apaixonado sem porque ou razão.
(Molivars).