NAS MINHAS MÃOS DE TERNURA
NAS MINHAS MÃOS DE TERNURA
No coração da cidade, a lua,
Dorme nos pulmões desta terra,
Como um cigarro que chora e grita,
Na boca da noite.
Nos pés do vento como o rosto,
Do frio. Então o senhor dia...
Traz então o senhor sol,
Que namora a senhora chuva.
´
´ Onde há montanhas de farrapos,
Como montes do coração d'água,
No entanto nas pernas da noite,
Se levanta nas coxas das torneiras.
Nos seus sangues de pedra,
º Como nas veias da cidade,
Estende as suas mãos de cortinas,
Como uns grandes pássaros de aço.
Nas árvores de cimento,
Crescem flores de luz,
Como asas de lua cheia,
Voando com penas de grilo.
Como gotas de cristal,
º O que tudo traz na esperança,
Um sapato de ternura,
Como gaivotas de orvalho.
LUÍS COSTA
2004