E esse sou eu!
Faminto de semblante e abatido,
Negro de pele e carapinha de cabelos,
Magro no peso mal distribuído
Pelo corpo sem a idade de tê-lo.
Negros olhos de dar medo
Como o seu insarável íntimo.
São indescritíveis ao serem lidos
No mais profundo exorcismo.
Braços longos e mãos férteis
Nos ofícios infecundos,
Vão-se dedos longos anti-anéis
E as unhas de um moribundo.
As pernas atléticas anti-desporto
Combinam ao descalçado pé 42
Rijo de desconhecer o sapato,
Pois lhe habituara o sol quente das 14.
No vestuário jeans e um chapéu
De recordar indiana Jones na selva,
Veste o corpo seu embora não lhe sirva,
Mas mudar não, pois herdou dum parente seu.
E ESSE SOU EU!