E esse sou eu!

Faminto de semblante e abatido,

Negro de pele e carapinha de cabelos,

Magro no peso mal distribuído

Pelo corpo sem a idade de tê-lo.

Negros olhos de dar medo

Como o seu insarável íntimo.

São indescritíveis ao serem lidos

No mais profundo exorcismo.

Braços longos e mãos férteis

Nos ofícios infecundos,

Vão-se dedos longos anti-anéis

E as unhas de um moribundo.

As pernas atléticas anti-desporto

Combinam ao descalçado pé 42

Rijo de desconhecer o sapato,

Pois lhe habituara o sol quente das 14.

No vestuário jeans e um chapéu

De recordar indiana Jones na selva,

Veste o corpo seu embora não lhe sirva,

Mas mudar não, pois herdou dum parente seu.

E ESSE SOU EU!

Poeta Diurno
Enviado por Poeta Diurno em 07/11/2014
Código do texto: T5026755
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.