O LABOR DO VENTO

Traz o vento o cheiro silvestre das árvores frondosas,

adentrando mavioso nas casas simples das agrovilas;

traz o suor forte do camponês nas tarefas laboriosas,

e traz o canto do pássaro a ostentar plumas tão belas.

O vento também refresca as hortas tão bem cultivadas

nos quintais domésticos; enquanto das calhas, goteja

a água da chuva a cair fina, fluindo pelas valas acanhadas

na lateral das casas toscas, onde a luz solar não lampeja.

O vento só não penetra tão forte, nos fundos boqueirões,

de vegetação ainda intacta; onde as caças estão sonolentas

no interior das tocas; onde chega mais cedo que nos sertões,

a noite tão misteriosa e tão povoada das almas pestilentas.

Mas o labor do vento é diário; e o seu passar forte ou mavioso,

simboliza uma das formas da presença de Deus na natureza;

pois o próprio Deus, no vento tão suave, traz o maravilhoso

ato de amar, doando-o às almas carentes da luz do amor já acesa.

Adilson Fontoura
Enviado por Adilson Fontoura em 18/06/2014
Reeditado em 14/12/2014
Código do texto: T4849358
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