A FLOR E O TEMPO

A flor do amor

nasce no tempo.

O tempo infindo.

O túnel do amor.

A flor e o tempo

unidos em cópula;

no clarão do dia;

no ermo da noite.

O que é o amor,

se não essa flor,

louca de desejo

para ser amada?

O que é o tempo,

se não essa ave

solta no vazio

à cata do amor?

Sofre o tempo,

à fuga da flor?

Ao léu do vento,

voa o tempo à flor?

Face rósea da flor,

ao sabor do amor.

Derrama no tempo,

doce mel de abelha;

que solta centelha

de fogo abrasador,

num gesto sensual

de amor à flor.

A flor aberta

à mercê do tempo:

ri-se de contente,

cheia de deleite.

A flor do tempo.

O tempo da flor.

Amam-se no templo:

O templo do tempo.

Onde reina a flor,

tão louca de amor.

Um amor profundo,

de alma no mundo;

de tempo sem hora;

de flor que flora;

de abelha na flor;

mel doce de amor.

O amor da flor.

O amor do tempo.

Juntos num só amor,

ao léu do vento.

Adilson Fontoura
Enviado por Adilson Fontoura em 08/06/2014
Código do texto: T4836784
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