DUPLICIDADE
Essa candura que me ilumina,
Têm duas formas, santa e profana;
E dar a luz, a luz a que é divina.
Ao mesmo tempo o pecado emana.
E em sua boca, santa e felina
Brota e leveza de uma filigrana
Que borda o rosto de uma menina
Dando a fineza de uma porcelana.
As suas mãos faz-se uma doutrina
E dão a luz a minha insana gana,
E vão vergando a minha disciplina
Fazendo-se astutas e soberanas.
E assim te faço minha eterna sina,
Lauto presente que de Deus emana;
A minha água doce e cristalina
A saciar a minha sede infanda.
Essa candura que me ilumina,
Têm duas formas, santa e profana;
E dar a luz, a luz a que é divina.
Ao mesmo tempo o pecado emana.
E em sua boca, santa e felina
Brota e leveza de uma filigrana
Que borda o rosto de uma menina
Dando a fineza de uma porcelana.
As suas mãos faz-se uma doutrina
E dão a luz a minha insana gana,
E vão vergando a minha disciplina
Fazendo-se astutas e soberanas.
E assim te faço minha eterna sina,
Lauto presente que de Deus emana;
A minha água doce e cristalina
A saciar a minha sede infanda.