"O FADO CORTIÇO"

Ó fado que és o meu fado,

E meu fado sempre serás.

Sempre andarás a meu lado,

Ou sempre eu de ti atrás.

Seremos dois companheiros,

De noitadas e rambóias.

E na viela dos tasqueiros

Cantaremos nas tipóias.

E já quando noite escura,

Vamos p'rá tasca da Bé.

Molhar da garganta a secura

E participar no banzé.

É ali perto da Ribeira,

Em frente da velha Alfândega.

Á viola, o Chico Caganeira,

Na guitarra o Zé Carabanda.

Cantou o fado a preceito

A Ana Maria Matreca.

E logo a seguir e com jeito,

Cantou o Zequinha careca.

Zé marreca cantou a seguir,

A viola e guitarra bem trinada,

O fado do faz-me rir

Que me fez rir à gargalhada.

Com o fado chega-m'isso,

Cantado em tom de tossir,

Fomos todos p'ró Cortiço

Comer, beber e curtir.

Já de manahã, pois, então,

Quando tudo estava grosso.

Mas que grande confusão!...

Viraram-se todos ao soco...

E para acabar a noitada,

Falou o Quim Panasqueiro.

Acabou-se a marmelada!...

- Pois quer fechar o Tasqueiro!...

Por: Silva Barbosa

Em: 22/02/2014

Silva Barbosa
Enviado por Silva Barbosa em 22/02/2014
Reeditado em 14/07/2016
Código do texto: T4702316
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