VERSOS INVERSOS
Nas asas de um passarinho
Os meus versos voarão
Ao vento em redemoinho
Sob os céus na amplidão.
Eu canto para o povão
Apesar de Zé-povinho
Com garras de gavião
Numa voz de canarinho.
Após partilhar o vinho
Reparti também o pão
Entre o amor e o carinho
Dividi meu coração.
Arrastando o pé no chão
Eu dancei com meu benzinho
Na cabana de Pai João
Ao som de um cavaquinho.
Do amor falso e mesquinho
Por ter sofrido traição
Numa viola de pinho
Dedilhei triste canção.
Pra encontrar a ingratidão
Percorri longo caminho
Em busca de ilusão
Eu me feri no espinho.
No quarto de meu vizinho
Eu preparei um colchão
Porque quis dormir sozinho
O sono da solidão.
À caça de um tubarão
Eu sonhei com um golfinho
Nadando na contramão
Sobre um cavalo-marinho.
Abraçados em um ninho
Achei a onça e o leão
Sobre um lençol de linho
No deleite da paixão.
O testamento de Adão
Jaz nas mãos de um anjinho
Para toda a geração
Escrito em pergaminho.
Mesmo sem ser adivinho
Faço aqui a previsão
Morre a luz devagarinho
Ao chegar a escuridão.
Na maior humilhação
Amarrado ao pelourinho
Vi Jesus da Salvação
Semelhante a um cordeirinho.
Semelhante a um cordeirinho
Vi Jesus da Salvação
Amarrado ao pelourinho
Na maior humilhação.
Ao chegar a escuridão
Morre a luz devagarinho
Faço aqui a previsão
Mesmo sem ser adivinho.
Escrito em pergaminho
Para toda a geração
Jaz nas mãos de um anjinho
O testamento de Adão.
No deleite da paixão
Sobre um lençol de linho
Achei a onça e o leão
Abraçados em um ninho.
Sobre um cavalo-marinho
Nadando na contramão
Eu sonhei com um golfinho
À caça de um tubarão.
O sono da solidão
Porque quis dormir sozinho
Eu preparei um colchão
No quarto de meu vizinho.
Eu me feri no espinho
Em busca de ilusão
Percorri longo caminho
Pra encontrar a ingratidão.
Dedilhei triste canção
Numa viola de pinho
Por ter sofrido traição
Do amor falso e mesquinho.
Ao som de um cavaquinho
Na cabana de Pai João
Eu dancei com meu benzinho
Arrastando o pé no chão.
Dividi meu coração
Entre o amor e o carinho
Reparti também o pão
Após partilhar o vinho.
Numa voz de canarinho
Com garras de gavião
Apesar de Zé-povinho
Eu canto para o povão.
Sob os céus na amplidão
Ao vento em redemoinho
Os meus versos voarão
Nas asas de um passarinho.