QUADRA DAS FLORES...

Das flores que pedi...

Eu pouco exigi,

Das flores que busquei

Me decepcionei...

Das flores machucadas

À beira das estradas...

Eu as deixei ao vento

Destino de invernada.

Das flores que choraram

Ao pé do meu ouvido...

Fingi que não ouvi,

Destino parecido.

Das que desabrocharam

Em mim qual um equívoco

Eu soube devolvê-las...

Ao solo dum abrigo.

Das flores que plantei

Eu pouco desfrutei

Das flores que ganhei

Com elas me enfeitei.

Das flores que cantaram

Num tom em sol maior...

Também as conduzi

Aos sóis do arredor.

Das que se entronizaram

Com pose de rainhas

Compus-lhes uma sonata

Em fina sintonia.

Das que despetalaram

Ao frio de tanto tempo...

Eu só as recolhi,

No dom do meu alento.

Das flores que encontrei

Jamais as arranquei...

Das flores que cheirei

Delas me perfumei.

Do chão estremecido

No Vão das ventanias...

Cobri flores do campo

Com mantos de alquimia.

Das que as pude ter

Na palma da minha mão...

Eu as eternizei

En pétalas de emoção.

Das flores que comprei

Eu sempre as paguei!

Das flores que sonhei...

Só as poetizei.