Epílogo
Passou o tempo
E eu não amei quando queria
Nem vivi o que poderia
Meu indefinido pretender
Passando a vida
E eu no começo do fim
Do jeito como reage
Meu time em partida ruim
Passam minutos e horas
Dias, meses, anos a fio
Como obelisco, moal
Eu no estático desafio
Passagem estreita
Que minha vista não alcança
O tempo de esperança
O túnel escuro sem luz
Passou demais
Tempos de oportunidades
Que eu não sei de verdade
Se existiram ou não
Passou de fato
Os anos de juventude
Que eu vivo amiúde
A repassar nos meus tratos
Passar de fato
Incólume é impossível
Por esse verbo irascível
Sem perdas quem nem retrato
Passar de ato
Na peça que prega a vida
Lama de emoções perdidas
Nas chuvas desse teatro