Minhas Obras
Minhas obras são páginas rasgadas
que esmagam sentimentos, vida e amor.
São labirintos sem fim, sem saída,
e os meus olhos se fecham de dor.
No meu peito, uma fonte jorra sangue,
com o espanto que tenho em vê-las,
estes restos de obra tão mortas,
e que teimo ainda, escrevê-las.
Minhas obras são páginas viradas,
moídas, jogadas ao vento.
Quebradas por mãos tão iradas,
e no pó, solitário me assento.
No meu peito, uma fonte jorra sangue,
com sangue e com pó me lamento.
Os meus ossos se calam no pó,
e do criador apenas, me sustento.