O leiteiro
Lá vem o entregador de leite,
Caminhando devagar com sua carroça,
Vem pelas ruas deslizantes,
Como um enterro fúnebre lá da roça.
Chega numa casa e lá põe o leite,
Entrega o pão e volta devagar,
Toca de novo com seu berrante,
Pelas ruas a galgar.
Começa de novo o seu serviço,
Que é de entregador de leite ou leiteiro,
E como ironia da vida sem isso,
Nem para o leite lhe sobra o dinheiro.
Em suas mãos passam toda dia,
O que ele não tem para comer,
Entrega a todos com alegria,
Mas dele não pode prover.