AFINAL, NINGUÉM MORREU


Enquanto nascem as flores
Em todo e qualquer lugar
Amores e desamores
Também assim vão brotar...

Enquanto nalgum coração
Está brotando o amor
Noutro talvez a desilusão
Vem junto com o desamor...

Enquanto a vida caminha
Em toda e qualquer direção
Há tanta gente sozinha
Alimentando uma ilusão...

Enquanto alguém de saudade
Chora seu amor distante
Há a tal felicidade
Que só dura alguns instantes...

Por isso é que há tanta gente
A viver na solidão
Deixando tão transparente
A dor da desilusão...

Também por isso, se chora,
Transforma a dor em canção,
A dor até vai embora
Mas deixa a desilusão...

E essa, às vezes perdura,
Quer nos vencer por cansaço
E é pela desventura
Que ela nos faz romper laços...

Mas um mínimo de esperança
Vem uma luz acender
E a gente noutra se lança
Buscando não mais sofrer.

E se a vida continua
Seguimos juntos com ela
Inspirando-nos na lua
Solitária entre as estrelas...

Mal de amor, um, outro, cura,
Foi assim que se aprendeu
Assim sendo, vai-se à luta,
Afinal, ninguém morreu.