::: HUM MIL NOVECENTOS E NOVENTA :::
Eu invoco pequenas palavras com grandes sentidos
Da vida de grandes feridas e pequenos amores.
Saboreio o venenoso poder das palavras do castigo
Que é ter a estrela nasci-tura das minhas dores.
Minha estrela de Hum mil novecentos e noventa
Despertara do ventre materno aos calores
Do hospital de uma cidadezinha que me lembra
A paz que busco contra os meus temores.
Que vil casca prisioneira das minhas escolhas
Alude à sombra dessa pérfida escuridão
Sentindo o leve sonar com que a vida olha
Os grandes passos de uma pequena multidão.
Minhas pequenas palavras são grandes abrigos
Que comportam toda a vida na minha mão
Fazendo neste percurso alguns raros amigos
(O bálsamo divino do meu ferido coração).
Eu tenho pequenas palavras de um grande poente
Da vida de grandes amores e pequenas feridas.
Com as palavras contradigo o peito que sente
No olhar dela mais um angelical gole de vida.
Minha estrela de Hum mil novecentos e noventa
Conjura palavras de diferentes medidas com louvor
Sem jamais compreender a minha alma que tenta
Das medida a imensurável palavra de Amor...