EUS

Eus

Quantos mundos há em mim

Quantas faces em meu espelho

Quanta dor inacabada

tanto vento nunca vindo.

Tantas faces mutiladas

tantas noites anunciadas

de manhãs nunca vistas

Encantos desencantos.

Nas águas que se passaram

Lagos cristalinos; barrentos

Minhas faces despedaçadas

Levaram a correnteza.

O que sobrou? Se sobrou?

O que sempre sobra

A soma de muitos eus

A construirem está casa.

Matilde Mendes
Enviado por Matilde Mendes em 26/11/2011
Código do texto: T3357109