DÉJÀ VU
Não há jeito que não se mude, não há passado que morra,
Lamentos que se fazem escondidos sempre batem a porta,
Compensados por mil alegrias que rompem a masmorra,
Se assim não fosse, a simples humanidade já estaria morta.
Por isso os meus versos se flexionam entre um e outro,
Alegres e ou tristes, sempre contam o que vem da alma,
Gritos de dores e de alegrias, de tudo um pouco, louco,
Quem sabe de outras vidas, vívidas, distantes, passadas.
Impressão que marca. Às vezes macabra, nunca silente,
De que já sentimos por alguém ou mesmo algo antes,
Desejos, enganos, fascínio ou só sensação demente,
Arrepiando o corpo e a mente, como se fosse selante.
Não se assombra quem por esta experiência passa,
Vem a surpresa da primeira vez que se fez sentida,
Doce emoção, do sopro que levita o beijo que vaga,
Mesmo não sendo tocado por boca de mel em vida.