MEU LIMO

Sombras, um velho relógio de parede,

O vento adentrando a sala vazia,

Grama alta morrendo de sede,

Casa, antes alegre, agora, fria.

Retrato, lembrança de um beijo, desbotado,

Varanda voltada para o sol, mesmo assim triste,

Folhas lançadas no assoalho de soltos tacos,

Vindas de um jardim que não mais existe.

Morada da solidão inquilina,

De um apaixonado e saudoso locador,

Recebendo visita da dor ferina,

Resquício do ausente amor.

Piores que os dias são as noites de limo,

Do peso das pedras não preciosas,

Do peso dos olhos que firmo,

Na esperança de vê-la de volta.

Inaldo Santos
Enviado por Inaldo Santos em 03/05/2011
Reeditado em 05/05/2011
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