Depravadas palavras do Homem-papelão

Cala-te, a boca de sua fome

A miséria é herança amaldiçoada pós-éden

Não te torture por te vê no espelho quebrado

A alma é única beleza igual

Olhe-te, que ainda vivo está pelo ruído do seu estômago

A palidez do seu rosto é de uma velha fotografia

É a nossa radiografia de quem é homem-papelão

Sobrevivemos assim: de selva em selva: fome: sono-morto!

Correr? não saímos do lugar...

E para quê sair? se tudo é tão igual!

Todo papelão é cobertor e colchão

E o vento frio é oração dos que pra sempre irão dormir!..

Tércio Monsores
Enviado por Tércio Monsores em 22/02/2011
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