NÃO DEU TEMPO
O tempo passa depressa,
e não prestei atenção
que estava o equilibrista
na corda bamba à minha vista.
Não vi os pombos
que na rua de casa
se espraiava com sua asa e asa
nos dias claros entre os escombros.
Não vi os passageiros na estação de trem
naquela correria. Não aconteceu...
Faltou certo a alegria
por que o dia não amanheceu.
Também não vi os fiéis nos templos
a dizer: Amém!
Só vi nos rostos marcas de desdém,
e não havia sorriso em ninguém.
PROPOSTAS. Edinaldo Formiga. São Paulo: 20/10/10