Provérbios Do Cambiante; IV, V, VI
IV. Após receber asas de águia,
Somente um tolo as trocaria por asas de um pardal.
V. Não conseguia com a boca reproduzir meus pensamentos;
Bebi vinho,
E recitei versos de ouro.
Bebi mais;
Minhas palavras me enfocaram.
VI. Caminha um homem solitário no deserto.
Sobre a areia nunca há passos firmes.
O solo ruborizado é visto por todos os lados.
Em brasas à cabeça o sol lhe veste.
A desidratação o privou do frescor das lágrimas.
Nutrir-se é um ato já esquecido.
Ele ainda assim anda, e anda.
Não está desorientado e sem rumo.
Porquanto a morte é pousada para todos.