DITADOS POPULARES POR UMA VISÃO FLORESTAL: A ESPERANÇA É A ÚLTIMA QUE MORRE

 

Moacir José Sales Medrado[1]

 

Nas profundezas da floresta, onde a vida pulsa em uma dança eterna de renovação e equilíbrio, encontramos um ditado popular que ressoa com uma verdade duradoura: "A esperança é a última que morre.". Em meio à exuberância da natureza, essa expressão ganha um significado especial, revelando a resiliência dos ecossistemas florestais e as lições que eles podem nos ensinar sobre perseverança e otimismo.

 

"A esperança é a última que morre" é um ditado que tradicionalmente nos lembra da importância de manter a fé e a determinação, mesmo em situações adversas. Quando aplicado à floresta, ele nos convida a considerar a incrível capacidade da natureza de se recuperar e se regenerar, mesmo após desafios significativos.

 

Em uma floresta, os ciclos da vida estão em constante movimento. Incêndios, tempestades, secas e outras adversidades são parte integrante desses ciclos. Quando a floresta enfrenta tais desafios, pode parecer que a esperança está perdida, que a destruição é inevitável. No entanto, a natureza nos mostra que a esperança persiste.

 

O processo de renovação de florestas após incêndios destaca a existência de espécies adaptadas ao fogo. Algumas plantas e árvores desenvolveram, como resultado de processos evolutivos, mecanismos de resistência ou recuperação pós-incêndio, como sementes resistentes e cascas protetoras. Na floresta, portanto, essas espécies, que coexistem com o fogo, reforçam a mensagem de que a esperança é a última a desaparecer, mesmo em face de desafios naturais 

 

Além disso, a interconexão entre as espécies na floresta demonstra a esperança contínua na forma de simbiose e colaboração. Mutualismo, onde diferentes espécies trabalham juntas em benefício mútuo, é uma manifestação vívida de que, mesmo em meio a desafios, a vida na floresta continua a prosperar.

 

"A esperança é a última que morre" quando relacionado à floresta nos ensina que, mesmo diante de adversidades aparentemente insuperáveis, a natureza mantém viva a centelha da vida e da renovação. Essa expressão, quando aplicada ao ambiente florestal, é uma homenagem à resiliência dos ecossistemas naturais e um lembrete de que devemos olhar para a natureza não apenas como um recurso, mas como uma fonte de inspiração.

 


[1] Pesquisador Sênior em Sistemas Agroflorestais (Embrapa – aposentado); Engenheiro Agrônomo (UFCE); Especialista em Planejamento Agrícola (SUDAM / SEPLAN – Ministério da Agricultura); Doutor em Agricultura (ESALQ / USP); Proprietário e Diretor Geral da MCA – Medrado e Consultores Agroflorestais