DITADOS POPULARES POR UMA VISÃO FLORESTAL: "NÃO HÁ MAL QUE NUNCA ACABE, NEM HÁ BEM QUE SEMPRE DURE"
NÃO HÁ MAL QUE NUNCA ACABE, NEM HÁ BEM QUE SEMPRE DURE
Moacir José Sales Medrado (1)
INTRODUÇÃO
O ditado popular "Não há bem que nunca acabe, nem há mal que sempre dure" nos convida a refletir sobre a natureza transitória das situações na vida. Neste texto, iremos explorar como a sabedoria da floresta e da agrofloresta nos ensina sobre a impermanência e a importância de buscar o equilíbrio em nossas vidas e nos sistemas naturais.
DESENVOLVIMENTO
A floresta e a agrofloresta são sistemas dinâmicos, sujeitos a mudanças contínuas. Ao observar esses ambientes, podemos perceber que cada estação traz consigo transformações, seja a renovação da vida na primavera, a exuberância no verão, a transição no outono ou a pausa e o recolhimento do inverno. Essas mudanças nos lembram que nada é permanente e que tudo segue um ciclo natural.
Assim como na floresta, em nossas vidas, encontramos momentos de alegria, prosperidade e bem-estar, assim como períodos de desafios, adversidades e dificuldades. É importante lembrar que, independentemente da situação em que nos encontramos, ela é transitória. Os momentos difíceis passam, assim como os momentos felizes também podem terminar. A floresta nos ensina a cultivar a paciência e a aceitação diante das mudanças, sabendo que tudo faz parte de um ciclo maior.
Na agrofloresta, encontramos um exemplo concreto de como a interação entre as plantas, árvores, animais e o solo é fundamental para manter o equilíbrio do sistema. Assim como na vida, onde diferentes aspectos estão interligados, na agrofloresta, a diversidade e a cooperação entre os elementos são cruciais para a saúde e a produtividade do sistema. Se uma parte do sistema está em desequilíbrio, isso pode afetar todo o conjunto. Aprendemos, então, a buscar a harmonia e o equilíbrio em nossas práticas e relações, reconhecendo a interdependência entre todos os seres.
É importante ressaltar que a ação humana pode ter um impacto significativo nos sistemas florestais e agroflorestais. A exploração descontrolada, a degradação ambiental e o uso irresponsável dos recursos naturais podem causar desequilíbrios e danos irreversíveis. Assim como o ditado nos lembra que nenhum mal dura para sempre, também devemos lembrar que nossas ações podem trazer consequências negativas a longo prazo. Devemos agir com responsabilidade, preservando e protegendo esses ecossistemas valiosos.
CONCLUSÃO
O ditado popular "Não há bem que nunca acabe, nem há mal que sempre dure" nos convida a compreender a impermanência das situações e a buscar o equilíbrio em nossas vidas, assim como na floresta e na agrofloresta. A sabedoria da natureza nos ensina a cultivar a paciência, a aceitação e a busca pela harmonia.
(1) Pesquisador Sênior em Sistemas Agroflorestais (Embrapa – aposentado); Engenheiro Agrônomo (UFCE); Especialista em Planejamento Agrícola (SUDAM / SEPLAN – Ministério da Agricultura); Doutor em Agricultura (ESALQ / USP); Proprietário e Diretor Geral da MCA – Medrado e Consultores Agroflorestais