Colaboração no Subsolo
Colaboração no Subsolo
Um antigo provérbio japonês conta a seguinte história:
Em um certo dia de verão, uma faia de idade quase milenar, gigantesca, colorida e imponente curvou-se à um jovem pinheiro, numa época de seca. Ele sorriu, enquanto passava uma garrafa com água fresca à árvore milenar. Ela soltou um ‘muito obrigada’, em tom rouco. A tarde era de sol ardente, ambos conversaram por horas e horas e observaram o pôr-do-sol juntos.
Claro que isso nunca aconteceu. Isso não é uma história nipônica e o gênero textual não é provérbio.
Mas você sabia que a colaboração também existe no mundo das árvores e plantas? Assim como nós garantimos nossa sobrevivência e bem-viver ao colaborar, partilhar e olhar com empatia para as pessoas à nossa volta, as árvores também fazem isso.
Muitas vezes, elas são grandes competidoras — as Faias são ótimas em jogar seu manto de galhos sobre todas as outras árvores e centralizar o sol em si. Contudo, até mesmo entre grandes rivais, a prática de doar e trocar nutrientes ocorre no subsolo, através das raízes entrelaçadas.
Quando certos animais, como as girafas, ‘atacam’ as árvores (ao comer suas folhas) em certas regiões da África, por exemplo, as árvores atacadas utilizam os fungos do subsolo como uma rede de comunicação para transmitir a informação de perigo, através de moléculas e reações biológicas.
A colaboração não é inerente ao ser humano. É inerente aos seres vivos. Somos parte de uma comunidade local, global e cósmica. Precisamos uns dos outros para garantir nossa harmonia. Talvez você não olhe as árvores da mesma forma como olhará depois de ler este texto; mas lembre-se de fazer o mesmo com as pessoas ao seu redor. Lembre-se de fazer o mesmo com a vida ao seu redor.