Tão insólito
O seu hobby era costurar, o fazia como alguém que lê, ou faz palavras cruzadas, enfim... costurar lhe trazia paz. Mas os tempos eram outros, não havia tantos fornecedores, nem acesso fácil a tudo que necessitava para praticar aquele seu passatempo, como: tecido, linha e agulha.
Uma curiosidade, adorava costurar no paiol, sentava-se sobre as palhas, com pouca ventilação, dificuldade imensa de apoiar o tecido, para fazer o molde, pouca luminosidade, e a temida proximidade de ratos.
Um dia, quando se entregava às delícias que a costura lhe proporcionava, a agulha lhe caiu das mãos, foi um lamento, a certeza de que teria de interromper aquilo que tanto gostava de fazer, pois sabia ser impossível achar uma agulha naquela montanha de palha.
Não era uma mulher frágil, que desistia com facilidade de seus intentos, só quando o impossível se apresenta como única opção; desistiu da costura, dedicou-se mais à produção de milho, e hoje é uma próspera fazendeira, no sul da Califórnia.
Foi assim que surgiu o velho ditado: difícil como encontrar uma agulha no palheiro, como é difícil também, convencer a alguém que uma costureira pudesse escolher um monte de palha, como seu local para perder uma agulha.
Quem vai costurar num palheiro?