IMAGINAR É VIVER
Cair de tarde
Sol poente
Momento de prece!
Um círculo de fogo
Num céu em labaredas
Que se finda num matiz azulado
Para pintar a noite
Prenuncio de inverno
Andorinhas pousam os fios elétricos
Meu coração bate forte
Um arrepio toma conta de meu corpo
Lembranças... Doces lembranças
Outrora...
Nos campos cortavam o arvoredo,
Em bandos voavam alto.
Formando no céu imagináveis desenhos
Meu cavalo galopava suavemente
Sobre campina verdejante
Sentia-me como aquela ave voando
Pelo céu.
A simetria que o momento permitia
Era um serpentear no chão e no espaço
Meu pensamento voa.
Vai para bem longe
A distância já não existe mais.
Sinto a brisa fria no meu rosto
E meu cabelo correr ao vento.
Meu vestido esvoaçando
Voam como asas de borboletas
Olho seus olhos verdes
Que também olham os meus
Pego em suas mãos, que também pegam nas minhas.
Saímos galopando um ao lado do outro
Rumo à linha do horizonte
E vivemos juntos aquele pôr- do- sol