Beleza oculta

O ingazeiro de infância era apenas sombra. Sombra que se fazia margear o velho Pardo querido, onde hoje, esquecido com seu leito quase entupido pelo extermino do serrado.

Fazendo faxina em meu eu tentando deletar algumas coisas nocivas encontrei com meu passado e pus-me a pensar que de vez em quando era pego sentado à sombra dos ingazeiros que margeavam suas ribeiras onde o sol ardia aquelas areias brancas de suas encostas e onde as nascentes salivavam amarelada e de quando em vez suas águas banhavam delicadamente as margens parecia acariciar as raízes em uma perpendicularidade aureana.Aquele rio que há muito não revejo-o quando nervoso era um estrondo fantasioso que nem queiram saber,mas ao contrário ficava assim estendido feito um lençol de cor anil entusiasmador e zunido de seu silêncio fazia um barulho cristalino em meus ouvidos.

Nós em muito pensamos em proteger tais belezas,mas quando não nos falta,tempo e caminhos a nossa coragem não aflora.Acordem e não deixem nossas belezas ocultas.

Sebastião Bronze
Enviado por Sebastião Bronze em 18/05/2008
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