Das trevas à luz.Parte I
Não vou negar, sinto sua falta.
Principalmente nos momentos em que
estou só, materialmente falando,
porque em espirito o meu ser
segue em companhia constante da solidão.
É nesses instantes, quando não
há ninguém a minha volta,
que posso relembrar sem culpa
ou remorso de tudo que vivemos.
Fecho os olhos e sinto como
se viesse á tona mais uma vez aquele
sentimento que outrora unia nossas almas em uma só,
mesmo separados á milhas de distância.
E quando essa sensação se vai e meu espirito
que vagava volta ao meu corpo,
eu penso que a vida é tão injusta ,
porque tinhamos tudo pra dar certo:
Os mesmos desejos, o mesmo vazio, a mesma dor,
E ainda em meio à circustâncias adversas,
conservamos nossa busca constante ao amor,
aquele que resgatará nossas almas
do mais profundo abismo.
Porém, mesmo assim, diante de tão desestruturada semelhança,
nos é negado o direito de estarmos juntos, não sei o porquê.
Talvez não sejamos dignos da felicidade devido a erros passados,
ou pelo simples fato de não lutarmos com unhas e dentes por ela.
Mas ,embora tudo ao meu redor me impeça de te encontrar,
ainda conservo em mim a tua imagem,
quando em meus sonhos surges como um bravo cavaleiro
com sua armadura, montado num lindo cavalo branco,
carregando meus sentimentos como estandarte e
forjando duras batalhas para enfim possuir o bem
da vida mais amado.
Só espero que nessa batalha, na qual ambos almejamos a vitória,
Eu não perca você meu arcanjo,
para aquela que no mundo menos te merece,
e que em si encerra qualquer guerra-
A tão pouco desejada morte,
Mesmo que no flagélo da tua dor,
com gritos asperos e intrepidantes,
Clames desesperadamente por ela.