OH, LUA...
Quantas noites enluaradas, trêmula
de amor em teus braços, ouvindo
teu respirar em uníssono com o meu,
eu acreditei na eternidade dos amores...
Nossos corações repetiam as mesmas
pulsações ritmadas de Eu te amo, sem
que nossos lábios precisassem falar,
pois nossas almas ouviam, sabiam...
A lua argêntea tecia entre a renda das
cortinas esvoaçantes, filigranas de prata
que cobriam nossos corpos, dançarinos
do amor mais sublime, na entrega total
que fazíamos de nós mesmos para completar
o outro, fazê - lo feliz, ouví - lo murmurar,
sussurrar e gemer nossos nomes nos êxtases
profundos onde nos fazíamos um só...
Foi uma linda história de amor que acabou...
Não foi eternizada, como eternizada ficou
a saudade do que fomos, um para o outro,
dos beijos que ainda hoje os lábios
sentem, quando fecho os olhos e lembro
das frases de amor segredadas à lua, nas
ausências, implorando para que as levasse
até o coração do outro, uma tentativa de
amenizar a distância e a saudade que doía,
machucava...
Hoje, solidão total... Silêncio de catacumbas
nas noites insones onde se desenham momentos
que a vida levou embora, inexoravelmente...
E o tempo não surte efeito para o esquecimento...
Amei... Amo... Amarei para sempre, mas assim
como tu me abandonastes, até a lua se faz
ausente de mim, não me diz, mais, do romance
vivido ou dos teus olhos cheios de amor onde
ela cintilava, quando me dizias amar...Para sempre...
Oh, lua... Por que me abandonastes também?
Por que me tirastes o conforto de poder
encontrar no teu brilho, o brilho daquele olhar?
Ao invés disso, porque não usas teu mágico
poder de musa de Poetas e apaixonados e não
sussurras ao âmago da alma do meu amado,
que volte correndo para mim, que sem mim,
nunca poderá viver? Faze, oh, lua, tu podes,
tu és a deusa, a musa dos enamorados e eu...
Eu amo perdidamente!