não tenho mais que nove dias

sou um nove de cabeça para baixo. metade de uma dúzia de motivos de dizer adeus. porque não foram poucas as tentativas. de falar. de gritar. de chamar pelas palavras presas nos meus lábios inchados. dos olhos não saem mais a esperança de um depois. só os apelos ficam a soar meu estado de desequilíbrio. e não sou um nove. sou meia dúzia. meia hora se passa e não há mais a sombra das tentativas de dizer adeus. e não tenho mais que nove dias. vinte e nove anos e nove horas de vida. pouco tempo para saber de mim mesmo agora.

Quaresma
Enviado por Quaresma em 14/05/2008
Código do texto: T990016