QUANDO A MINHA ALMA SE DESPE.
Não ando por aí com a alma despida. Uma alma como a minha, ou a sua, está sempre recoberta de camadas e mais camadas de proteção às emoções, aos medos, às culpas, às dores, aos prazeres e aos amores. Mantenho em conforto minha alma. Evito o contato direto com ela o tempo todo. Pois nem sempre posso lhe dar atenção.
Não dá para expor a parte mais importante de mim às intempéries. Protejo-a da rejeição, das ofensas, das mentiras e de algumas verdades.
Há dias que percebo a minha alma mais frágil e redobro meus cuidados. Vai ver que alguém me julga e a atinge irremediavelmente. Haja tempo para a sua recuperação.
Tenho meus cuidados, claro. Mas basta um toque suave, um olhar de alma para alma, uma confiança maior e ela, minha alma, aparece como nasceu. Mostra-se nua exposta ao sol e a chuva, ao riso e ao choro, ao amor e ao prazer. Reconheço-a na hora a sua luminosidade. Pois nossas almas são iluminadas, principalmente quando em boa companhia.